quinta-feira, 28 de julho de 2011

"REFUGIADOS"

Lampedusa, uma pequena ilha ao Sul da Sicilia, é a primeira parada, pra não dizer, a porta de entrada, de todos refugiados provenientes da África. Por ser a primeira terra firme em território italiano, é ali que chegam milhares de refugiados, todos os dias, basta que o mar o permita no raiar da primavera, começando assim, o êxodo africano rumo a terra prometida chamada Europa.


Conflitos armados, perseguições políticas, religiosas e étnicas, a que se juntam brutais catástrofes físicas e naturais, têm provocado milhões de mortos e cortejos intermináveis de populações em fuga por todo o mundo. A maioria destes dramas podiam ser evitados, outros nem tanto, embora quase sempre pudessem ser reduzidos o número de mortes. Uma coisa é certa o panorama a nível mundial é assustador.

A tentativa de extermínio de povos inteiros chegou até aos nossos dias, sendo justificada quase sempre pelas mesmas razões de sempre: conquista de territórios e apropriação das suas riquezas, conflitos religiosos, tribais ou raciais, escravização de povos, etc. Milhares de africanos morrem todos os dias à fome, mas o seu drama pouco atenção já provoca nas antigas potências coloniais que as exploraram durante séculos. Um drama que se repete em vastas regiões da África, Ásia e da América Latina.


Quando fui morar na Itália em 1988, esse "fenômeno" já acontecia em serie. Em alguns bairros de determinadas cidades como Brescia, por exemplo, os marroquinos alugavam um apartamento de dois cômodos e ali se instalavam umas dez pessoas e aos poucos tomavam o prédio, o Bairro e com isso a desvalorização dos imóveis era inevitável, pois ninguém queria morar próximo aos "vu cumprah", que significa "voi comprare". Nessa época todos, sem exceção, trabalhavam de ambulantes, vendendo suas "quinquilharias" e produtos falsificados de grandes marcas, hoje em dia, muitos deles receberam anistia, exílio, cidadania e um trabalho "decente".

Com o passar do tempo, muitos outros foram chegando, filipinos, colombianos, albaneses, chineses, russos, indianos e recentemente, líbios, sírios, egípcios e outros. Nos últimos três anos, o número de refugiados que acorreram à Europa aumentou de forma brutal revelando as crescentes desigualdades que assolam o mundo.

Quando voltei em 2006, a coisa estava bem mais seria, a grande maioria se instalou nas periferias dos grandes Centros e não tendo emprego pra todos, começaram a se formar gangues de todo tipo, trafico de drogas, exploração da prostituição, cobradores de propinas para com os seus "paisanos", um terror...!

Nas grandes cidades turísticas como Viena, Barcelona, Madri, Roma, Veneza, Pisa, Milano entre outras, não se pode facilitar com as bolsas, pois quem toma conta desse "busines", são crianças ciganas, geralmente vindas do Leste da Europa. Os chineses por sua vez, tem uma importação silenciosa de imigrantes, ninguém sabe como chegam, as crianças que nascem e os que morrem, simplesmente não deixam registro, um verdadeiro mistério!

Em tempos de imigração massiva dos países mais pobres para os mais desenvolvidos, como os que integram a União Européia, multiplicam-se os estudos e as publicações sobre as rotas da escravatura entre o século XV e finais do século XIX. Neste imenso negócio em que participaram as grandes potências coloniais européias da altura (Portugal, Inglaterra, França, Espanha, Holanda, etc), muitos milhões africanos foram vendidos como escravos para trabalharem não apenas na Europa, mas sobretudo nas colônias européias do outro lado do Atlântico.

Sob a lei da União Européia, o país onde os imigrantes chegam é responsável por determinar o seu status. A Itália defendeu que não deve suportar o peso dos recém-chegados sozinha apenas por estar tão perto do norte da África. Em uma entrevista, o ministro do Exterior italiano, Franco Frattini, criticou a França por sua "falta de solidariedade" depois de o país ter devolvido mais de 500 imigrantes para a Itália assim que eles foram pegos tentando cruzar a fronteira entre os países.

É uma declaração política para a França: "Você quer começar a guerra na Líbia? Nós vamos lhes entregar os imigrantes". 

Esperamos que essa indignação dos europeus, não venha a se espalhar em forma de terror, como mostrou o caso dramático que ocorreu no pacifico pais nórdico da Noruega na semana passada, o jovem Breivik, de 32 anos, que matou 91 pessoas, afirmou que agiu sozinho, em um manifesto xenófobo, anticomunista e contrário ao islã e declara "guerra de sangue" contra imigrantes e marxistas e  acusa o islã de ser "a principal ideologia genocida" e fala de lançar uma cruzada contra o "marxismo cultural". O mais incrível, é que esse lunático  foi apoiado por alguns políticos italianos e franceses...justo eles...!

É meus caros, chegou a vez de retribuírem essa  hospitalidade forçada... Chupem essa manga, se lambuzem e não reclamem... E se o planeta resistir por mais algumas décadas, teremos também  os refugiados do clima... daí meus irmãos, só JESUS NA CAUSA!!! 
Desiree Serafim Pollano.
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