quarta-feira, 22 de junho de 2011

Multidões de Pensamentos Contrários

by Sonia Valerio da Costa
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O comportamento das multidões tem sido objeto de estudo das Ciências Sociais, principalmente pela forma de agir dos seus integrantes, quando estão diante de situações inesperadas.

Os indivíduos que as integram podem ser influenciados por um estímulo externo, por suas próprias lideranças, ou também por seus demais participantes; todos agem de uma forma inconsciente e incontrolável, como se um elo invisível os unisse numa só pessoa e cada indivíduo sentisse o contato com os demais como uma extensão de si próprio. O comportamento das massas tem um efeito dominó; basta por exemplo, que alguém comece a correr, que todos o seguirão. É o que chamamos de efeito manada.

Algumas multidões se manifestam de forma pacífica, com o objetivo de conscientizar seus seguidores em torno de uma causa nobre; outras, quando se unem, apresentam mais agressividade, principalmente quando o objetivo é político-social. O mais preocupante é quando, duas multidões com objetivos diferentes, se encontram, pois as consequências sempre serão imprevisíveis. Numa situação dessas, poderá haver tanto um confronto, quanto uma concordância de ambas em unir forças, objetivando ampliar os motivos a serem reivindicados.

Uma terceira possibilidade que também pode acontecer, é quando o objetivo de uma se sobrepõem de tal forma ao da outra, que a mais fraca abre mão dos seus objetivos em favor dos objetivos e ideais da outra. Parece um tanto utópico pensarmos que uma multidão possa absorver integralmente a outra, mas a Bíblia registra um fato assim e como isso aconteceu de uma forma tão maravilhosa e sem precedentes na história da humanidade.

Foi na cidade de Naim onde uma pobre viúva acabara de perder seu único filho. Seus parentes e amigos foram chegando e logo formou-se uma grande multidão, cujo propósito era chorar e consolar o coração daquela mulher. A morte fora mais forte que a medicina daquela época; todos os planos e sonhos daquela viúva, idealizados para o futuro de seu filho, foram frustrados pela impotência do ser humano diante da morte.

Assim que a multidão iniciou o cortejo fúnebre, a dor, a tristeza e a angústia foi se espalhando por todos, como ondas em forma de osmose emocional; nada nem ninguém da terra poderia mudar o curso daquela historia que, fatalmente, terminaria no cemiterio e depois, para sempre, ficaria apenas a lembrança dolorosa da separação, principalmente para os familiares.

Enquanto o jovem estava com vida, ainda havia esperança que aquela situação pudesse ser revertida; mas morto, nada mais restava a ser feito, a não ser sepultá-lo. Justamente quando aquela multidão cruzava o portão de saída da cidade, para caminhar em direção ao cemitério, aconteceu o inesperado; uma outra multidão, liderada por Jesus Cristo entrava na cidade.

Enquanto a multidão que saia da cidade havia sido formada em torno da morte, a que entrava havia sido formada em torno da vida, da paz e da alegria. A que saía, chorava; a que entrava, sorria. A que seguia a morte, perdera as esperanças; a que seguia a vida, sonhava com dias melhores. A primeira caminhava para o fim da vida; a segunda caminhava para o inicio de uma nova vida. Um grande contraste; um verdadeiro paradoxo. Impossível não pensar nas peculiaridades e objetivos expressados na manifestação de cada multidão.

Em respeito à dor e ao sofrimento, o normal seria que a multidão que entrava na cidade parasse, para que a que estava saindo pudesse passar com segurança; mas não foi isso que aconteceu. Jesus Cristo, sendo Filho de Deus, seria o único com autoridade para interromper um funeral, sem ser questionado por atitude tão controversa. A multidão que seguia a Jesus estava familiarizada com seus milagres de cura, libertação, transformação, mudança social e também ressurreição; já estavam acostumados com as atitudes de Jesus, que em princípio eram incompreensíveis, mas no final sempre presenciavam Seus milagres.

Como lider da multidão que entrava, Jesus ficou emocionado diante da triste cena de uma viúva que perdera seu único filho, e por isso parou o enterro e disse àquela viuva: “não chores”. Ninguém, de nenhuma das duas multidões, ousou questionar a atitude de Jesus; pararam e aguardaram em silêncio, apenas observando o que iria acontecer. Sendo um líder carismático as palavras de Jesus, sempre transmitiam segurança e acalmavam as multidões. Sendo o dono da vida, Jesus poderia dizer para que a viuva não chorasse, pois somente Ele teria condições de reverter aquele ambiente de tristeza, em alegria.

Foi o que aconteceu. Jesus ordenou ao defunto que ressuscitasse e, imediatamente o jovem sentou-se no caixão, deixando todos os presentes perplexos com aquela manifestação milagrosa; Jesus apenas o devolveu à sua mãe. Como não tinham mais defunto para sepultar, aquela multidão que caminhava cabisbaixa, acabou se misturando à outra que vinha glorificando a Jesus. Não foi necessario pedir-lhes que seguissem a Jesus, pois de forma expontânea a multidão que seguia a “Vida”, absorveu totalmente a que seguia a “Morte”.

Quando refletimos sobre aquele acontecimento, percebemos que a humanidade hoje, também está dividida em duas multidões semelhantes àquelas. Uma caminha em direção à morte, pois já perdeu todas as suas esperanças de viver dias melhores; seus indivíduos praticamente já jogaram a toalha e estão vivendo apenas por inercia. Já bateram em tantas portas, já buscaram solução servindo tantos a homens, quanto a santos e até mesmo a diversos deuses, mas tudo tem sido em vão.

Muitos integrantes da multidão que caminha para a morte, tentam desesperadamente encontrar Deus, mas não conseguem pois pensam que podem encontrá-lo sem passar por Jesus. Sendo Filho de Deus e também o próprio Deus encarnado, Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai. Já agora vocês o conhecem e o tem visto” “quem me vê, vê o Pai” (Bíblia Sagrada, Jo. 14:6-7 e 9b). Quando em nossa caminhada pela vida, temos o privilegio de encontrar Jesus, logo passamos a seguí-lo, pois Ele nunca despede ninguém vazio. Ele sempre tem uma bênção a nos oferecer, além da salvação e também da vida eterna.

Se é necessario passarmos por Jesus para que nos encontremos com Deus, onde então poderemos encontrá-lo? “Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito; contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida” (Bíblia Sagrada, Jo. 5:39-40). Quando lemos na Bíblia Sagrada a respeito da vida de Jesus, suas viagens, obras e milagres, seu comportamento, gostos e relacionamentos, seus ensinamentos, diretrizes e planos, seu poderio, sua natureza e emoções, etc., vamos aprofundando nossa comunhão com Ele e, paralelamente, assimilando a personalidade de Deus em nossas vidas. Essa nova experiência de viver em comunhão com Deus, nos levará, com certeza, a trocarmos de multidão; é com alegria que deixamos de seguir a morte e passamos a seguir a vida, a vida eterna.

Para refletir: qual das multidões estamos seguindo? A da vida ou a da morte? Se seguirmos a da vida, teremos a vida eterna e viveremos eternamente com Deus. Se seguirmos a da morte, nossa vida se acabará na solidão eterna, separados do Deus Todo Poderoso, que nos criou! Pense nisso e seja mais um integrante da multidão que está seguindo Jesus e também a vida eterna.

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vós o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Palavras de Jesus, Bíblia Sagrada, Mt. 11:28-30)

Por Sonia Valerio da Costa
Em 22/06/2011

Um comentário:

  1. comentei em https://www.facebook.com/soniavdacosta, e não poupei elogios!

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