quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Recuperando valores


por Ubirajara Crespo

Lucas 15.8,9: Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar?
E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida.


A dracma é uma antiga unidade monetária usada em inúmeras “Cidades Estado gregas”, e em muitos reinos do Oriente Médio durante o período helenístico. Possuía cerca de 3.6 gramas de prata. Seu uso chegou a Palestina e alcançou a época de Cristo. A dracma, segundo a mitologia grega, era um meio de oferenda à Íris, a deusa do arco-íris, que, segundo esta mesma mitologia, proporcionava depois da oferenda, uma mensagem através da névoa. Jesus pode ter usado esta moeda para ilustrar os valores do Reino, por causa do seu conteúdo religioso, dando a ela um novo direcionamento.

O seu valor é baixo e o fato da mulher se dar ao trabalho de acender uma candeia, varrer a casa, e buscar com diligência até a achar, mostra que o dinheiro não sobrava na sua casa. Note que ao encontrar a moeda, ela praticamente deu uma festa para a qual convidou as suas vizinhas (versos 4-6). A necessidade de acender uma candeia também é um indicativo da sua simplicidade. As casas mais simples não possuiam janelas, o que era uma característica da época e da localidade. Jesus fazia questão de jogar o máximo de luz sobre o cenário de suas parábolas.

Parte da literatura da época diz que uma dracma era parte de um colar usado pelas mulheres compromissadas pelo casamento. Perder uma delas seria perder um dos seus elos e ficar sem esta identificação. Não quero espiritualizar demais, mas o casamento é visto na Bíblia como um símbolo do relacionamento entre Cristo e a Igreja. “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5:25). Perder alguns dos sinais que demonstram nosso compromisso com Cristo deveria nos deixar em profunda agonia, assim como ocorreu com aquela mulher.

Perder a fidelidade à Sã Doutrina, o amor, a compaixão, a comunhão e a mutualidade é perder aquilo que nos identifica como Corpo de Cristo, mas perder o amor é perder o elo principal. É preciso resgatar isto tudo, mesmo que para tanto seja necessário um grande tempo de dedicação exclusiva, e é necessário começar imediatamente.

- Busque a fidelidade a Palavra, sem ela perdemos o rumo: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos” (João 8.31).

- Busque de volta o amor, o dom supremo: “Nisto todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:35).

- Busque frutificar novamente, afinal, você existe para isto: Meu Pai é glorificado nisto: “… em que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (João 15.8).

Ao perdermos características tão essenciais como estas, perdemos a nossa própria vida. Afinal, o que nos mantém vivos, senão todos estes valores? Sem isto a manutenção de nossa vida pode se tornar uma impossibilidade. Foi Jesus quem nos ensinou que sem ele nada podemos fazer.

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