sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O ilusionismo e o satanismo

1Pedro 5.8: Tende bom senso e estai atentos. O Diabo, vosso adversário, anda em derredor, rugindo como leão que procura a quem possa devorar.
 

Versículo estranho, você não acha? Como Pedro diz que devemos nos animar diante da perspectiva de que o adversário, com o rugido de um leão faminto, anda em derredor tentando nos tragar?
 
Talvez porque este rugido seja mera imitação. O texto diz que ele ruge como um leão e não que ele é leão. Isto deveria nos animar e nos convencer de que a maioria das armações do diabo não são tão destruidoras quanto ele tenta fazer com que pareçam.
 
A arte enganadora é obra de quem tem luz, mas não é anjo, se passa pelo Cristo, mas não é, prevê o futuro mas não é profeta, é membro de igreja, mas não nasceu de novo, ora, mas não acredita, ajuda os pobres sem amor, exorciza, mas não afasta os demônios, diz que ama ao Deus invisível, mas aborrece o irmão a quem vê, prega a Palavra, mas não vive, fala de pureza, mas não lava a sua alma, põe um sorriso nos lábios, mas tem dor no coração, louva, mas se mete em intrigas. Parece extremamente difícil entender tudo o que ocorre no coração das pessoas.
Quando este texto saiu da pena de Pedro, as Escrituras estavam nas sinagogas, no Templo e nos palácios. O desconhecimento da Palavra criava espaço para aproveitadores se infiltrarem nas camadas mais altas da sociedade, onde desfrutavam de seus benefícios. Os verdadeiros profetas, porem, circulavam exatamente entre os simples, pois os príncipes não gostavam de ouvir suas confrontações, apelos a santidade e previsões de castigo.
Os verdadeiros profetas só prometiam prosperidade para ouvintes obedientes e não para si mesmos. Joao Batista, por exemplo, passou o seu ministério comendo mel e gafanhoto e Elias jamais desfrutou das benécies dos palácios. Quem se assentava a mesa do rei jogava em outro time. Jesus também não tinha onde reclinar a cabeça e jamais construiu moradia na Terra.
O anticristo usará a lei e os profetas para justificar os seus atos religiosos. Para conseguir isto, precisará de arranjos hermenêuticos enfeitados por milagres empolgantes, discursos e efeitos tecnológicos. Técnica inventada pelo deus deste século para manter o povo na ignorância da palavra e sem condições de conferir. Sabe rugir como um leão e faz qualquer coisa para nos iludir e tragar. Cantar e levantar as mãos eh mais fácil do que se arrepender. Liturgia supervalorizada esvazia o coração.
Nosso povo precisa ser conduzido ao arrependimento da superficialidade, o que inclui deixar o engano, a amante, a mágoa, o descontrole emocional, perdoar o agressor e elogiar o ofensor.
 
Ubirajara Crespo

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