Escândalo em Portugal afeta grupo de mídia

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Agência O Globo –
MADRI e SÃO PAULO - A perigosa relação entre serviços secretos e empresas privadas gerou um escândalo em Portugal, após a divulgação de que o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (Sied) Jorge da Silva Carvalho teria usado sua posição privilegiada para passar informações estratégicas ao grupo Ongoing, revelou o jornal espanhol "El País". Carvalho passou a trabalhar na empresa após deixar o Sied em 2010.

A Ongoing atua em vários setores, como comunicação, finanças, energia e imobiliário, em Portugal, Brasil e Angola. No Brasil, a empresa detém 29,9% $capital da Empresa Jornalística Econômico S.A. (Ejesa), holding que edita os jornais "Brasil Econômico", "O Dia", "Meia Hora" e "Marca Brasil".

A Ejesa foi investigada pelo Ministério Público de São Paulo, para apurar se a empresa seria controlada por um grupo estrangeiro, ferindo a legislação brasileira, que proíbe participação acima de 30% no capital de empresas de comunicação no país. Isso porque os outros 70,1% estão registrados em nome da brasileira Maria Alexandra de Almeida e Vasconcelos, casada com Nuno Vasconcelos, português controlador do Ongoing.

A investigação foi arquivada no fim de maio pela procuradora Cristina Marelim Vianna, do MP de São Paulo. Segundo ela, não $elementos que comprovassem a denúncia feita pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Por meio de sua assessoria, a procuradora disse que Alexandra é uma empresária com capital suficiente para abrir uma empresa.

A Ejesa afirmou que cumpre a legislação brasileira no que diz respeito ao limite da participação de estrangeiros". "A empresa já demonstrou isso ao Ministério Público, que, após um cuidadoso procedimento de mais um ano, recomendou o arquivamento do caso. A Ejesa confia na Justiça e acredita que o Ministério Público de Brasília vai chegar à mesma conclusão dos procuradores de São Paulo."

FONTE  Agência O Globo –